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|Resenha| Antes Tarde que Mais Tarde Ainda - Liana Cupini

by - quarta-feira, fevereiro 26, 2014


Aos 34 anos e 13 meses a vida de Karla Kristina terá um novo turbilhão de emoções: grávida, ela enfim conhecerá a sogra, uma socialite paulista que promete transformar sua vida radicalmente, incluindo um maravilhoso casamento na Europa e um novo apartamento.
Será que Karla esta preparada para ser mãe, esposa e largar seu emprego? Um livro leve e divertido, que retrata a gravidez por um ângulo pouco visto: o das mulheres inseguras e despreparadas. Sem ser meloso, esse livro continua repleto de sentimentalismo, amor, lição de vida e temperado com uma boa dose de comédia.

Foi no ano de 2011 que conheci o talento de Liana Cupini. Meu primeiro contato com o trabalho da autora foi através do livro Antes Tarde que Mais Tarde, que no momento surgiu através de um convite feito pela própria autora disponibilizando a leitura do livro em e- book. 

Sem pestanejar aceitei o convite. A proposta do livro era muito interessante e por me identificar com o gênero não pude recusá-lo. Mas por mais que eu gostasse muito de Chick Lit no primeiro momento considerei que o livro poderia ser mais um dentre tantos livros do gênero. Leitura previsível, narrativa cheia de clichês, coisas do tipo. Felizmente minha intuição não foi confirmada. Verdade seja dita que são poucos os livros do gênero que conseguem fugir da mesmice. Hoje, por exemplo, existem “n” autores que “dizem” escrever tal gênero, mas a verdade é que tem muito “romance cor de rosa” por aí querendo se passar por chicklit engraçado. 
Divagações à parte, o que tenho a dizer é que em Antes Tarde que Mais Tarde Ainda Liana Cupini se mantém fiel aos seus propósitos: entreter, surpreender e seduzir o leitor com sua narrativa ágil e totalmente despretensiosa. 

No primeiro livro Liana Cupini já nos apresenta um enredo engraçado e cheio de boas tiradas. Pois sabemos: Chick Lit que se preze tem que haver personagens bem humorados e a narrativa tem que fluir naturalmente. E é exatamente assim que adentramos na vida da personagem Karla Kristina; uma balzaquiana cheia de neuroses, totalmente insegura e fora dos padrões de beleza “exigidos” pela sociedade. Além de solteirona, Karla Kristina acredita nos signos. Sabe aquele tipo de mulher que ainda lê o horóscopo do dia? Então, esta é nossa protagonista. Mas como nem tudo está perdido na vida de Karla Kristina, eis que surge seu príncipe encantado: Maximiliano. 

Em Antes Tarde que Mais Tarde acompanhamos o caos que é a vida de Karla Kristina até a sua verdadeira transformação com direito a fada madrinha e tudo. Não é novidade alguma que a protagonista irá passar por poucas e boas para se “ajeitar” na vida, mas o que de fato faz com que os livros da autora sejam tão diferenciados é toda sua irreverência ao narrar fatos cotidianos. Liana não cria uma caricatura de uma mulher solteirona em busca do par perfeito. Pelo contrário, Karla Kristina é o tipo de figura que possivelmente mora ao lado da sua casa, ou pelo menos você já tenha ouvido falar de alguém como ela. O caricato soa falso e por esse motivo tantos livros do gênero caem no abismo da previsibilidade. 

Lembro-me perfeitamente o que a leitura do livro me causara na época. Fiquei completamente apaixonada por sua narrativa e desejei o quanto antes pela continuação do livro. 
Ela chegou. Antes Tarde que Mais Tarde Ainda. Trocadilhos aqui são aceitáveis, por favor! Ele demorou, mas chegou e isso é o que importa mesmo que por vias erradas. 

O enredo segue adiante e acompanhamos o não “amadurecimento” de Karla Kristina, visto que a protagonista permanece inerte depois de certo tempo. Considerando que o tempo real não acompanha o ficcional, após dois anos de espera( tempo que aguardamos pela continuação da história) alguns conceitos permanecem inabaláveis. 

Liana continua brilhante como sempre. Sua narrativa apresenta diálogos inteligentes e personagens cativantes. Aliás, em Antes Tarde que Mais Tarde Ainda eles estão ainda mais irreverentes e encantadores. Max continua sendo o gentleman de antes, mais velho e saboroso quanto uma boa garrafa de vinho.(Me sentindo a própria balzaquiana em questão ao proferir tais vocábulos). 

Lely, o amigo gay de Karla Kristina rouba literalmente a cena. Definitivamente sem ele a narrativa de Liana não seria a mesma. Dócil, extrovertido e mais amigo do que nunca. Vale a pena ler o livro para tirar a prova dos nove porque eu tenho certeza que você irá desejar tanto quanto eu ter um amigo gay como Lely, ou seria Débora?  
Voltemos nossa atenção a protagonista da história. Minha admiração pela personagem foi por ralo abaixo logo nos primeiros segundos da leitura. Assim que Karla Kristina começa a narrar o quanto se sente confusa, deprimida, indecisa – lembro-me perfeitamente dos mesmos fatos narrados no livro anterior – minha paciência terminou antes mesmo de começar. 

Sei que muitos devem estar dizendo: _ Mas é exatamente assim que as personagens se comportam num Chick Lit. Dão chiliques, sentem um complexo de inferioridade gigantesco que nem mesmo Freud seria capaz de resolver, mas até recusar-se enxergar o óbvio. Não. Isso é inaceitável. Pelos motivos aqui expostos me recuso a defender a personagem. Aliás, sugiro que Liana faça um livro exclusivamente dedicado ao personagem Lely; esse sim merece os louros. 

Como no primeiro livro Liana mantém a sua escrita inabalável. Sem deixar lacunas a autora desenvolve uma nova história em cima da narrativa anterior. Como havia dito anteriormente uma das qualidades de Liana é a sua agilidade durante a transitoriedade da história. Os personagens secundários possuem tanto espaço quanto aos primários que se confundem entre os que deveriam normalmente ser meros coadjuvantes. O embate permanece entre Karla Kristina e seus terríveis questionamentos existenciais, mas uma nova discussão é levantada ao longo da história. 

Entre lágrimas e sorrisos novos conflitos surgirão para colocar a vida da nossa personagem de cabeça para baixo. Não vale aqui mencioná-los, pois se você espera por spoilers sinto lhe dizer que certamente não os encontrarão. Até porque se você prestar bastante atenção a sinopse verá que muito sobre a história é revelado. O primeiro livro já foi resenhado pelo blog e você pode conferir a minha opinião aqui. O que posso adiantar é que Antes Tarde que Mais Tarde Ainda lhe reserva muitas surpresas. E lembre-se: Liana Cupini não sabe o que quer dizer a palavra Previsível. #ficaadica 
Com um final simplesmente perfeito o livro termina deixando um gostinho de quero mais. 

Antes Tarde que Mias Tarde Ainda é um livro que agrada a todos. Das novinhas as balzaquianas. É um livro divertido com capítulos curtos feito pra quem deseja passar uma tarde tranquila na companhia de um bom livro. 

Liana Cupini é uma escritora talentosa e que merece colher os frutos do seu trabalho. Mas infelizmente a autora não publicou seu livro numa editora que esteja à altura de seu talento. Gostaria muito de ver os livros da Liana sendo publicados por outra editora. Liana Cupini não merecia ter seu nome vinculado à editora Modo, pois a mesma não correspondeu os requisitos básicos de uma publicação. Tirando a capa e as ilustrações comuns ao primeiro livro, o conteúdo foi absurdamente prejudicado. 
A diagramação do livro é muito bonita. Encontramos ilustrações de vários corações na apresentação dos capítulos e ao longo de todo o livro. Mas, nem só de imagens se faz um bom livro. Erros grotescos são encontrados do início ao fim da narrativa. O livro possui inúmeros erros de grafia, erros ortográficos, ou seja, um desrespeito total ao leitor. Nota zero para o descaso da editora. 


No mais só tenho elogios a fazer em relação ao trabalho da autora. Antes Tarde que Mais Tarde Ainda é um livro excelente e corresponde todas as expectativas daqueles que aguardaram ansiosamente por sua continuação. Assim como o primeiro livro da série Antes Tarde que Mas Tarde Ainda conquista merecidamente um lugar na lista dos favoritos do blog.




FICHA TÉCNICA
Titulo: Antes Tarde que Mais Tarde Ainda
Autor: Liana Cupini
Editora: Modo Editora
N° de páginas: 202

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8 comentários

  1. Espero e faço votos que o mesmo obtenha um grande sucesso.

    Abraços,

    Furtado.

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  2. Oi Zilda, acho que já vi este livro pela blogsfera.. Eu acho a capa bem bonita e diferente..
    Eu lia muito horóscopo quando era mais jovem..
    Adorei a resenha e se tiver oportunidade de ler o livro, eu vou ler!! Adoro capítulos curtos e narrativa divertida!!
    Que chato isso da Editora heimmm.. Geralmente gosto dos livros da Modo..

    Beijinhos Mila
    http://dailyofbooks.blogspot.com.br/2014/02/trechos-de-quarta_26.html

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  3. Nossa adorei! Eu não sou fã do gênero Chick Lit, mas vc tocou em um ponto que me convenceu a dar uma chance ao livro! Esse gênero não pode ser previsível, e querer bancar o engraçado! Ele precisa ser realmente engraçado, bem escrito e se sobressair de alguma forma! E parece que a autora cumpriu esse papel!!! Anotada a dica!

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  4. Ai adorei menina!! Que fofo, cheio de confusões, amigos gays, adoro isso!! hahaha
    Resenha como sempre perfeita!!
    Preciso ler o primeiro livro ainda!!

    Bjkas

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  5. Que linda sua resenha haha gostei muuuito.
    Estou louca para ler esse livro e o primeiro, tenho bastante expectativa na autora ;)

    Beijos.
    Comenta lá
    http://realityofbooks.blogspot.com.br/2014/02/ler-romances-torna-voce-uma-pessoa.html

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  6. Já soltando informações confidencias: o próximo livro é do Lely, pq sim, ele merece!!! Adorei a resenha!! Obrigada!! Bjao

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  7. Oi amiga!
    Faz tempo que eu li o primeiro livro e eu curti bastante, gosto da escrita da autora.
    Ainda não tive oportunidade de ler este, mas estou bem curiosa.

    Beijos

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  8. Oii!!
    Não conhecia a autora nem o livro!
    Parece realmente muito bom...
    Vou procurar saber mais!

    Beijos,
    Marcela.
    ocantinholiterario.blogspot.com

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