|Resenha| Minha Vez de Brilhar - Erin E. Moulton @Novo_Conceito #irado
Indie, uma garota apaixonada pelo mar, faz um pedido especial a sua estrela favorita após um dia desastroso: Reencontrar a sua lagosta de estimação Monty e Recuperar a amizade de sua popular irmã Bibi. Pela manhã, Indie trabalha no teatro para mostrar seu valor a Bibi e seus amigos. À noite, com seu amigo Owen, procura por Monty. Mas um conflito surge: a turma de Bibi começa a pegar no pé de Owen. E agora? Indie fica com seu amigo ou desiste dessa amizade por outros interesses?
Neste fim de semana decidi ler Minha Vez de Brilhar, próximo livro do selo #irado a ser lançado pela editora Novo Conceito. Dessa vez não fiquei tão empolgada como das outras vezes, apesar do livro ser tão bonito quanto os demais livros lançados pelo selo.
A capa do livro é um espetáculo à parte com seu efeito holográfico. A diagramação e revisão do livro também estão impecáveis. Mas o que de fato faz com que o livro mereça a sua atenção? Bem, caso você esteja esperando por uma grande história, recomendo que não crie muitas expectativas. Mas, espere! Tenho algo a revelar. Minha Vez de Brilhar é um livro tão “cute”, fofo, propriamente dito, que merece sim, a vossa atenção.
A escrita de Erin E. Moulton é novidade para mim. Talvez, você já tenha lido A Jornada, outro livro da autora lançado pela editora Novo Conceito e tenha argumentos para defendê-la, ou pelo menos, para me convencer que o estilo “morno” da sua narrativa é algo comum e particular.
A história de Erin começou bem devagar. Confesso que me senti um pouco entediada e fui tentando me convencer que com o decorrer da história, as coisas poderiam mudar e tomar outro rumo. E, graças a “Nossa Senhora das Histórias Estranhas, porém Interessantes” Erin. E. Moutlton não me decepcionou. Isso é muito pessoal porque alguns leitores se sentem confortáveis quando a narrativa vai ganhando força durante seu percurso. No meu caso fico irritada, esbravejo, tenho vontade de abandonar o livro, mas no fim sempre me rendo.
Minha Vez de Brilhar narra à história das irmãs Indie e Bibi. As irmãs que sempre foram muito unidas e passavam horas admirando as estrelas, agora estão cada vez mais afastadas. Bem, isso é normal já que Indie e Bibi hoje vivem momentos diferentes.
Bibi é mais velha e está passando por aquela fase chata e entediante que todo adolescente enfrenta, a fase da autoafirmação. Bibi é perfeccionista e se preocupa com a opinião das pessoas. Ao contrário de Indie que é considerada por todos uma menina esquisita. E não é para menos, já que Indie tem uma lagosta como animal de estimação. Quem em sã consciência sairia por aí com uma lagosta a tira colo?
A história de Indie e Monty Cola – a lagosta dourada - é surreal. Foi durante um dia de pesca que o pai de Indie capturou Monty Cola. Segundo ele, Monty não é um crustáceo comum. Monty é uma lagosta dourada, e não é todo dia que se encontra uma em alto mar. Após ser capturada Monty passa a viver em um tanque de água salgada no quintal da casa de Indie.
Indie não dá a mínima para o que os outros pensam a seu respeito. Sempre carregando cabeças de peixe para as refeições de Monty e fedendo muito a peixe, ela passa a maior tempo com Monty, já que Bibi só pensa em protagonizar uma peça na escola.
Bibi é egoísta, superficial, malvada. Fiquei com ódio mortal da garota devido ao seu caráter duvidoso. Mas, com o decorrer da história conseguimos compreendê-la melhor.
Indie é uma graça de menina. Doce, engraçada, desajeitada. Gosto de personagens diferentes, particularmente estranhos e esquisitos e, Indie certamente é um tipo curioso. Até sua mania esquisita de falar nomes de peixes em ordem alfabética toda vez que se sente nervosa ou acuada é engraçada. Confesso que, inicialmente, isso me incomodou bastante, mas com o decorrer da narrativa a personagem foi me conquistando. Mas o personagem que deve ser consagrado é, sem sombras de dúvidas, Owen – o garoto nerd.
Os nerds sempre salvam qualquer história e Owen é um dos responsáveis pelo sucesso da história. Assim como Indie, Owen tenta encontrar o seu lugar no mundo. Perseguido por pessoas preconceituosas, como a patricinha fútil e asquerosa Kelsey, Owen é um garoto dócil e extremamente inteligente.
Owen nem de longe lembra aquele tipo” chato” de nerd. Aliás, a autora em momento algum se utilizou do esteriótipo ditado pela maioria. Uma das mensagens do livro é justamente esta, desconstruir a imagem daqueles que são excluídos pela maioria. Histórias que discutem e abordam o bullying surgem aos montes todos os dias, mas Erin E. Moulton conseguiu construir uma narrativa muito diferente do que estamos acostumados.
Só o fato de uma garota ter uma lagosta como animal de estimação e, consequentemente, como melhor amiga já deve ser considerado um grande diferencial, mas a ousadia de Erin vai muito além.
Minha vez de Brilhar tem uma proposta ousada, diferente. Leva um certo tempo para que você entre no ritmo da história, mas quando a narrativa começa a fluir, você nem perceberá que o livro já terminou.
Minha vez de Brilhar tem uma proposta ousada, diferente. Leva um certo tempo para que você entre no ritmo da história, mas quando a narrativa começa a fluir, você nem perceberá que o livro já terminou.
A editora caprichou mais uma vez na diagramação. Ao longo das páginas vamos nos familiarizando com o universo de Indie representado por ilustrações de crustáceos e peixes na apresentação dos capítulos e no rodapé das páginas. E para deixar qualquer leitor ainda mais apaixonado, uma capa hard cover belíssima.
Como eu havia dito anteriormente a narrativa começa com um ritmo lento, pois a autora optou por descrever o cotidiano de Indie em seu último dia de aula. Nada muito interessante acontece na pacata Plumtown aonde seu "papi" possui a Famosa Peixaria Chickory & Chips. Acredito que isso contribuiu para que os primeiros capítulos fossem tão sonolentos. Sabiamente, a autora soube dar a reviravolta no seu devido momento.
Monty Cola esconde-se na mochila de Indie sem que ela perceba e decide ir à escola com Indie. No desespero de ver Monty há tanto tempo mantida na mochila, Indie corre em direção à praia de Crawdad para molhar a lagosta. Nesse momento, Monty Cola se desespera e foge para o mar, isso graças ao alarde feito pelo policial Gallson.
O sumiço de Monty Cola passa a ser um dos motivos pelo qual Indie e Owen tornam-se amigos. Porém, Indie terá que decidir de que lado ficar: entre os populares para não decepcionar a irmã Bibi ou do lado de Owen, aquele que assim como Indie sabe muito bem o quanto é difícil se ajustar?
"Só porque outras pessoas são idiotas não significa que haja algo de errado com o restante de nós _ digo, olhando para a lagosta dourada. _ Veja Monty, por exemplo. Ela é diferente, e nós a amamos."
A amizade de Indie e Owen é um dos pontos altos da narrativa. Momentos de intensa ternura e delicadeza provam o valor de uma amizade sincera.
Outro personagem bem interessante e que ganhará a sua afeição será Sloth, uma garota gótica, esquisita que adora ouvir rock pesado e, que apesar da aparência bizarra e assustadora, tem um coração gigante e se mostra uma pessoa adorável.
O que faz com a história de Erin seja tão agradável e acolhedora é justamente a maneira como ela a conduz, levando o leitor a vibrar com cada reviravolta e a respectiva transformação de seus personagens. Tanto Indie quanto Owen tentam sobreviver em meio aos caos e provam que a essência de cada um é o que ambos possuem de mais valioso. O livro mostra que ninguém é perfeito e que devemos aprender a conviver com nossas imperfeições.
Fiquei muito contente em concluir a leitura com a sensação de dever cumprido. Teria ficado frustrada se tivesse desistido da história no meio do caminho. Por esse motivo, recomendo que todos tenham paciência com a autora. No começo a história pode não atrair, mas não desista. Com o decorrer da leitura você começará a gostar tanto da narrativa que só irá deixá-la de lado somente ao concluir a última página. O final do livro é lindo e repleto de emoções.
Minha Vez de Brilhar é um livro recomendado a todas as idades. Indicado a todos que curtam histórias leves, engraçadas, protagonizadas por personagens cativantes e que, acima de tudo, nos permite refletir sobre assuntos de extrema importância. Uma história sensível e que tem tudo para conquistá-los.

Autora: Erin E. Moulton
Tradução: Bianca Bold
Editora: Novo Conceito
Selo: #irado
Páginas: 288
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Post por Zilda Peixoto
9 comentários
Zilda, amei a resenha, muito bem escrita, deixando bem claro qual o enredo livro, sem dar spoiler.
ResponderExcluirGosto de livros fofos, se tiver a oportunidade, vou ler esse, com certeza.
Bjos!
http://seiqueeusei.blogspot.com.br/
Oi Zilda, você é a única blogueira que conheço que está devorando os livros do selo #irado e a cada nova resenha que eu leio eu fico mais encantada ainda para começar a ler esses livros...mas por enquanto ainda não consegui ler nenhum =/, preciso de mais tempo nos meus dias rsrs. Eu li A Jornada e realmente a narrativa da autora é bem tranquila, ela narra de uma forma leve, doce e encantadora...mas não tem muita ação, para alguns leitores isso é ruim, mas isso não me incomodou, mas é claro que dessa forma a leitura não flui tão rapidamente...você lê mais devagar como se estivesse degustando as palavras...Quero logo conhecer a história dessa lagosta, ops das duas irmãs...
ResponderExcluirAdorei a resenha e as fotos também =)
Beijos!!!
@jannagranado
http://livrospuradiversao.blogspot.com.br
Nossa!
ResponderExcluirO exterior do livro é muito lindo. A capa dura e a diagramação são as coisas mais lindas.
Já fiquei com vontade de comprar só por causa delas.
A história não me parece nada de extraordinário, mas e fofa.
http://lisos-somos.blogspot.com.br/
Oie
ResponderExcluirE a primeira resenha que leio do livro, acho que ainda não tinha visto ele. Gostei da sua impressão, fiquei curiosa para conhecer a escrita da autora, ainda não li livros dela.
Essa capa ficou muito linda e que diagramação hein!!
Beijos*
Oiee,
ResponderExcluirMenina assim que o livro chegou aqui fiquei encantada, o trabalho e capricho da editora foi lindo.
Bom mesmo a história não sendo a história pretendo ler sim, pelo que vi é uma ótima leitura para aqueles que gostam de algo mais fofo.
Adorei a resenha.
Beijos
Mari - Stories And Advice - Li até página 100
Ola tudo bem? Sabe eu ja tive experiencias parecidas...e sempre tive uma grata surpresa no final! Eu nunca desisto de um livro mesmo que no final eu o odeie!
ResponderExcluirFiquei impressionada pela diagramação feita pela editora que coisa mais linda. Fiquei bem interessada, ainda mais depois de uma resenha tão detalhada!
Beijos Joi Cardoso
Estante Diagonal
Oiii meu bem..
ResponderExcluirEntão... esses livros do selo Irado estão um arraso no quesito gráfico. Ainda não iniciei a leitura deste, mas me empolguei totalmente com o ultimo, Caçadores de Tesouros. Eu li A Jornada e gostei muitissimo.. mesmo ele não trazendo grandes aventuras, mas amores fraternais me cativam. Também vou sem muita expectativa pra esse livro, mas espero me surpreender tbm amiga.. Amei a resenhaa
Beijoss Mil
TeLa
http://www.penseiraliteraria.com.br/
Você não leu A Jornada?? Jurava que tinha lido.
ResponderExcluirPelo que entendi, a narrativa dela é praticamente a mesma coisa nos dois livros. Em A Jornada eu quis abandonar no começo, arrastei até o meio, e no final achei tããããão fofo.
Vou sentir isso de novo né!!!
Que bom que você me contou, já vou preparada. Amei a resenha!!!! Você é sempre um arraso.
Bjks
Lelê - http://topensandoemler.blogspot.com.br/
Olá Zilda,
ResponderExcluirEsse livro já esta na minha lista de espera de leitura e espero gostar dele também, a editora realmente esta caprichando nas edições desse selo...show....abraços.
devoradordeletras.blogspot.com.br
Obrigada pela visita! Sua participação é muito importante.