|Resenha| Princesa de Papel - Erin Watt @PlanetadelivrosBR
O primeiro livro da série The Royals, a nova sensação new adult dos EUA. Ella Harper é uma sobrevivente. Nunca conheceu o pai e passou a vida mudando de cidade em cidade com a mãe, uma mulher instável e problemática, acreditando que em algum momento as duas conseguiriam sair do sufoco. Mas agora a mãe morreu, e Ella está sozinha. É quando aparece Callum Royal, amigo do pai, que promete tirá-la da pobreza. A oferta parece tentadora: uma boa mesada, uma promessa de herança, uma nova vida na mansão dos Royal, onde passará a conviver com os cinco filhos de Callum. Ao chegar ao novo lar, Ella descobre que cada garoto Royal é mais atraente que o outro – e que todos a odeiam com todas as forças. Especialmente Reed, o mais sedutor, e também aquele capaz de baixar na escola o “decreto Royal” – basta uma palavra dele e a vida social da garota estará estilhaçada pelos próximos anos. Reed não a quer ali. Ele diz que ela não pertence ao mundo dos Royal. E ele pode estar certo.
Princesa de Papel entrou para minha lista de desejados assim que vi a editora Planeta divulgando em suas redes sociais. Alguma coisa me dizia que, esse seria um daqueles livros lacradores, de tirar o fôlego, o típico livro que desperta inúmeras sensações, sejam elas boas ou ruins porque livro bom é assim: a gente morre de amor e ódio, tudo ao mesmo tempo, porque nada sai exatamente como nós esperamos e, foi exatamente isso que aconteceu com o livro em questão.
Antes mesmo de solicitar o livro para a editora eu vi muita gente surtando com a notícia que o livro seria lançado no Brasil. Eis, mais um motivo para que eu ficasse bem atenta. Mais o melhor disso tudo foi descobrir que Erin Watt, era um pseudônimo utilizado por Elle Kennedy e Jen Frederick. Oi? Alguém disse Elle? Eu sou completamente apaixonada por Elle Kennedy e ao tomar conhecimento que tinha o seu dedinho nessa prosa eu surtei. Sabia que Princesa de Papel seria perfeito. Pra quem não sabe ou mora em outro planeta Elle é autora da série Amores Improváveis, umas das minhas séries favoritas.
O livro vai contar a história de Ella, uma jovem de apenas dezessete anos que já passou por poucas e boas ao longo de sua vida. Ella aprendeu a superar todas as diversidades, graças à vida desregrada que sua mãe levava. A mãe estava sempre com um namorado diferente, mas ela jurava que isso só acontecia porque ela era uma pessoa que se apaixonava facilmente pelas pessoas. A vida de Ella era de fato um verdadeiro caos. A mãe trabalhava como stripper para manter o mínimo de dignidade. As coisas ficaram ainda mais difíceis para Ella quando sua mãe adoece por conta de um câncer.
Após perder a mãe Ella acaba trilhando o mesmo caminho. Para pagar as contas do hospital, ter um teto aonde morar e um prato de comida no fim do dia, Ella acaba virando stripper. Mas, apesar de tudo, Ella não se deixa abater e também não se corrompe. Ella sonha em ter uma vida estável, um emprego tradicional e terminar a faculdade.
Ella nunca conheceu o pai e agora sem a mãe, ela sabe que tem que se virar para sobreviver. A única informação que obteve da mãe era o nome do pai, que se chamava Steve e, um relógio, que o pai deixara como lembrança.
Mesmo com essa vida ordinária Ella tenta manter as coisas nos eixos e continua frequentando a escola. Quando tudo parecia se assentar Ella recebe a visita de um homem cujo ela nunca ouvira falar se dizendo seu tutor legal. Ella resiste, esbraveja, reluta e acaba fugindo do homem sem ao menos ouvir o que ele tem a dizer.
Callum Royal é o tutor de Ella e passara muito tempo à sua procura. Ele e Steve, pai de Ella, eram amigos de longo data e coube à Callum encontrar a filha de seu melhor amigo após sua morte. Apesar do susto, Ella acaba cedendo já que ela não tem muitas opções e a proposta de Callum também e irrecusável.
A família Royal é composta por Callum e seus 5 filhos: Gideon(o irmão mais velho), Reed(o manda-chuva, ele manda, todos obedecem), Easton (o mais mulherengo) e o gêmeos Sebastian e Sawyer. Tanta riqueza acaba causando um verdadeiro choque em Ella já que ela jamais sonhara um dia viver em lugar parecido. O palácio Royal é intimidador, mas não há nada que lhe cause tanto arrepio quanto a presença dos garotos Royals, mas é claro que é Reed será o seu calcanhar de Áquiles, aquele que fará da sua vida um verdadeiro inferno.
De todos, Reed é o mais grosseiro e quando digo grosseiro é estúpido, machista, arrogante, mal educado, prepotente, arredio e tantos outros adjetivos que lhe descreveriam muito bem, mas (sempre existe uma causa e uma explicação) Reed é o mais lindo, o mais gostoso, o macho alfa da p*rr@ toda (já que faltam palavras, um palavrão é exatamente o que precisamos para defini-lo). É Reed quem decreta as diretrizes do convívio social na escola através de seu decreto Royal. Nada passa por ele sem sua aprovação e isso faz com que as pessoas o temam de verdade.
Ella, coitada, é matriculada por Callum na mesma escola. A Aston Park Prep Academy é uma escola de ricos, para ricos, para àqueles que podem usufruir do que há de melhor na educação; algo totalmente fora do alcance de Ella. Contudo, agora ela é uma Royal e terá acesso a todas as mordomias, mas quem pensou que sua vida seria mais fácil está redondamente enganado. É aquela velha história: Ella precisará ser forte, se impor e tudo mais que todo adolescente que sofre bullying sabe como as coisas funcionam. A partir daí vamos conhecer um pouquinho dessa família disfuncional e como as coisas se encaixarão (ou não) como o decorrer do tempo.
Princesa de Papel surge para devastar nossos corações com uma história intensa, forte, cheia de reviravoltas, personagens marcantes, um enredo arrebatador capaz de deixar qualquer um completamente maluco por essa história.
Bem, esse resumão é totalmente proposital e necessário devido à importância de cada um dos personagens. Ella é a minha personagem favorita da vez. Forte, desbocada, impetuosa, destemida, 'sangue nos olhos' deveria ser o seu sobrenome. A garota é stripper aos dezessete anos, minha gente! Ela encara tudo com tanta maturidade e determinação. Ella tem um caráter e uma personalidade admirável. É interessante que, por mais que para a gente pareça comum, alguém trabalhar como stripper nessa idade, a história faz o leitor refletir bastante a respeito do assunto. Ella tem que lidar com as ofensas, as agressões verbais, o desrespeito, tudo isso sem ter ao menos a chance de se explicar. Ninguém a conhece. Mas não é exatamente assim na vida real? Cabe inúmeros questionamentos.
O livro apresenta assuntos polêmicos, porém necessários como bullying, uso abusivo de drogas, alcoolismo, abuso sexual, além de outros temas que despertam revolta, indignação e perplexidade.
A princípio eu odiei com todas as minhas forças os Royals, tirando Callum que é um verdadeiro príncipe, tá mais pra rei, já que estamos falando do patriarca da família Royal. Mas Reed é de longe, o mais intragável de todos, aquele sujeito temperamental, grosso e sem noção. Easton é asqueroso. Machista, preconceituoso, usa as mulheres a seu bel prazer. Os gêmeos também possuem um caráter duvidoso, já que se aproveitam de uma determinada situação que deixará o leitor perplexo.
Princesa de Papel é um livro com um tema forte. Apesar de todos os personagens possuírem pouca idade, a carga emocional é densa. Erin Watt utiliza-se de elementos comuns do gênero para criar uma história visceral que absorve todas nossas energias. É uma leitura fluída, mas como eu disse anteriormente, é uma leitura com temas complexos. Aos poucos vamos descobrindo o motivo pelo qual Callum não consegue se aproximar dos filhos, passamos a enxergar os garotos com um olhar menos crítico e incisivo.
O livro é narrado em primeira pessoa e isso o torna ainda mais interessante, pois dessa forma conseguimos enxergar as coisas sobre o ponto de visto de Ella. Ela sabe que há algo de muito errado com essa família, que existe algo que os perturba e faz com que eles se comportem como tal. São tantos os conflitos, os sentimentos contraditórios, ora uma aversão à atitude dos garotos, outrora um sentimento de pena. Ella é uma personagem decididamente admirável, a mais forte que eu já conheci nos últimos tempos. Gostei do seu amadurecimento e de como ela se encaixa no enredo. De fato, os garotos Royals são a cereja do bolo, o jeito como eles lidam com suas conquistas, a relação de amizade, união e lealdade que os une; é tudo muito intenso.
Erin Watt nos faz perceber o quanto o diálogo é importante num relacionamento familiar. Identificamos inúmeros mazelas que assolam tantas famílias, principalmente as mais abastadas como a dos Royals. Para pessoas como Reed, Easton, Sebastian e Sawyer, o dinheiro compra tudo. Gideon me pareceu o mais sensato, mas confesso que eu gostaria de um livro protagonizado somente por ele para tirar minhas conclusões. É evidente que o dinheiro não compra felicidade, muito menos paz de espírito. Ella é a representação emblemática da força, da determinação e da ousadia. É muito legal quando nos deparamos com personagens assim. Normalmente são as mulheres, o elo frágil que necessitam ser salvas e tudo mais. Mas aqui, são os Royals que estão quebrados emocionalmente.
Há quem diga que Princesa de Papel poderia ser visto como uma releitura de Cinderela, mas eu discordo. Acho que a história tem uma roupagem única, um enredo expressivo que foge totalmente à analogias e comparações. É um livro que te deixa sem fôlego, do início ao fim. E já que o assunto é fôlego, meninas e meninos, preparem-se para uma overdose de testosterona porque faz muito tempo que eu não lia algo tão WOW! Aliás, se bem me lembro, só os irmãos Maddox se equiparam aos Royals.
Gostei da escrita fácil e envolvente. Meu único pesar é que devorei rápido demais essa história e que não tinha o segundo volume dessa trilogia ao meu dispor. Isso é terrível. Quero baixar um decreto: publiquem imediatamente os próximos volumes. E tenho dito.
Como se não bastasse a avalanche de emoções protagonizadas pelos 5 Royals, ainda contamos com personagens secundários maravilhosos. Valerie é adorável. Queria uma melhor amiga exatamente assim. Os demais personagens deixam suas marcas e tornam a narrativa ainda mais envolvente e viciante.
Quero dizer que Princesa de Papel entrou para a lista de favoritos do ano e, com direito à uma constelação inteira porque cinco estrelas seriam insuficientes para algo do tamanho dessa história. Uma história tão bem escrita, com personagens apaixonantes, um enredo bem construído e consequentemente bem desenvolvido. Sem falhas ou erros; com uma capa belíssima, diagramação excelente e revisão impecável. Uma das capas mais lindas do momento. Leiam e depois me digam se é ou não é motivo para tanta empolgação?
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FICHA TÉCNICATítulo: Princesa de Papel
Editora: Planeta de Livros Brasil
Selo: Essência
ISBN: 9788542208870
Ano: 2017
Páginas: 368
Skoob
1 comentários
Oi Zilda, finalmente tirei um tempinho para ler sua resenha e ri litros com "o macho alfa da p*rr@ toda" kkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirGente esse livro também me deixou de queixo caído porque apesar de eu já querer lê-lo mesmo antes de ser publicado no país (só não comprei pq a versão em inglês estava com um preço exorbitante) eu pirei com a publicação da Planeta e já li também... confesso que teve algumas cenas que eu odiei os Royals, de tal modo que senti nojo (como uma das primeiras cenas de briga entre Easton com a Ella em que ele coloca a mão....) senti noja de sua grosseria.
Aliás a família toda é machista e grosseira, mas começam a mudar paulatinamente quando conhecem Ella, que mesmo sendo bem jovem já é bastante independente e mente aberta para todas as coisas, ou seja, de inocente ela não tem nada. Super admirei essa personagem do começo ao fim, sobretudo por ela não ficar com mimimi ou se abalar fácil.
Genteeeee esse livro é ótimo....
xoxo
Mila F.
www.delivroemlivro.com.br
Obrigada pela visita! Sua participação é muito importante.