Eu tô ficando velha mesmo

by - sexta-feira, março 15, 2019

Hoje é o meu aniversário. Chego aos 3.7 sem nem ao menos ter me dado conta de como a vida foi generosa comigo. Apesar de todas as merdas que enfrentei ao longo dos últimos anos, hoje não quero me queixar, só agradecer.


Agradecer primeiramente a Deus por ter me concedido a oportunidade de estar nesse plano. Segundamente porque ele me deu a oportunidade de ser mãe, duas vezes, de duas lindas meninas. Samara e Melissa, razão por eu ainda estar aqui, vivendo um dia de cada vez, errando, mas tentando ser a melhor mãe que vocês poderiam desejar. E, em terceiro lugar, não menos importante, quero agradecer a você, leitor, que esteve e permanece ao meu lado desde o comecinho da Cachola.

Mas você deve estar se perguntando o motivo pelo qual resolvi fazer um post desses,  que mas parece uma sessão de terapia. Ahhhh...se você está aqui, desde o comecinho, vai lembrar que eu usava o blog como ferramenta de escape. Bem no início eu escrevia sobre a vida, era aqui que eu me jogava por inteira, falava das minhas frustrações, compartilhava meus sonhos e tudo mais. Bem, o tempo foi passando e o prazer da leitura foi amadurecendo junto com o desejo de compartilhar minhas opiniões dessas leituras e, a Cachola foi tomando outro rumo e ganhando outra dimensão.

Hoje existe o Twitter como o melhor terapeuta e o mais barato de todos. E, olha que eu já passei hoje por lá viu! Quem quiser me seguir por la óh (@zildapeixoto) Não há quem o utilize de outra maneira. Aah claro, existem muitos babacas que o utilizam por outros motivos, mas isso é papo para um outro momento. Voltemos a razão pela qual estou aqui escrevendo esse post cheio de saudosismo.

Hoje acordei mais velha e, assim como nos outros anos, com uma vontade imensa de voltar pra dentro do útero da minha mãe. Ops, uma ressalva: para dentro de outro útero, meu Deus! De preferência para dentro do útero da minha mãe adotiva.
Nunca gostei muito dessa data, sempre achei tedioso comemorar uma data sem que ao menos eu estivesse verdadeiramente feliz. Talvez eu tenha guardado na minha mente más recordações, mas uma coisa de bom eu guardei com muito carinho. 
Morei com a minha família até meus 22 anos, até o momento que saí de casa para casar. Lembro bem, que não houve um ano sequer que eu não tenha acordado no dia do meu aniversário ao som do Parabéns pra você da Xuxa. Sim, sim, eu sempre amei a Xuxa e minha mãe sabia disso. Minha mãe sempre fazia alguma coisinha. Podia ser uma simples janta, um bolo de chocolate, mas nunca, nunca deixou de colocar meu disco de vinil da Xuxa para tocar. E o engraçado que era uma tradição e hoje tornou-se uma boa lembrança de tempos tão difíceis.

Depois desse dejà vu foi a derrocada para eu me sentir ainda mais na merda e emotiva. Lembrei da minha amiga de infância Vanessa, Badê, para os íntimos. Nossa, como eu tenho saudades da nossa amizade. Lembrei de todas as vezes que ficávamos no portão de casa, conversando horas a fio, sonhando, divagando, imaginando nossas vidas no futuro. Éramos duas adolescentes cheias de sonhos. Quando criança brincávamos na rua de bandeirinha, pique cola, taco e tantas outras brincadeiras que só quem viveu essa fase sabe o quanto ela é deliciosa.
O fato é que o tempo e as circunstâncias nos separou. Cada uma foi para um lado, ambas casamos, ela formou-se, passou a lecionar, constituiu uma família linda e é mãe de duas lindas meninas também. Isso a gente não combinou né amiga?! ahahahaha...
Que saudades daquele tempo. Tempo de muita inocência, tempo que acreditávamos em príncipes encantados, ou pelo menos que todos seriam sarados. Quanta inocência...
Hoje colecionamos muitos sapos e desencontros, mas com a certeza de que foi necessário. Cada uma escolheu um caminho a seguir.

A ideia de postar sobre o que estou sentindo no dia de hoje foi algo bem difícil. Sei que muitos devem estar achando um mimimi da porra tudo isso, e a vocês peço desculpas. Só queria dividir, compartilhar e receber em troca afeto, verdades e amor. Sem vitimismo, sem hipocrisia, por favor.
Com o tempo a gente meio que vai se acostumando a receber pouca verdade, pouco afeto, pouco amor e vai deixando pra trás um pouco do que a gente era e sonhava ainda quando bem pequeno.

Por último quero dizer que estou bem, apesar desse texto tão deprimido. Perdoem essa mortal que vos fala. É que todo ano é essa mesma merda. O tempo vai passando e a gente se desespera, acha que não viveu tudo que tinha que viver, sei lá, acho que é só crise de meia idade mesmo. No mais quero agradecer pelo carinho de quem ainda permanece por aqui. Tenham paciência comigo. Prometo enchê-los de boas resenhas, papo furado e boas notícias logo adiante. Só esperem esse dia de chororô passar.

Bjs. Nos falamos em breve.

Você pode gostar disso também

0 comentários

Obrigada pela visita! Sua participação é muito importante.